terça-feira, 16 de outubro de 2007

Post 2 do dia 16!

Olá povo que não lê nada que eu posto aqui. Hoje estou escrevendo pros meus colegas de sala de aula. Estava relendo um artigo que eu escrevi ano passado aqui pra matéria de tópicos emergentes. Foi semestre passado, mas é impressionante o tanto de coisas que a gente aprende nesse tempinho que passou. Deu vontade de mudar um monte de coisas no artigo, mas resolvi colocar como estava mesmo. Talvez se vocês lerem, podem ver como a visão de vocês do semestre passado para cá está bem adiantada também.


Cada vez mais alternativo e um pouco de internet

de Heloísa Barbosa

Depois da televisão, rádio, outdoor, revista, jornal e toda essa convencionalidade (apesar de que convencional não é uma palavra que combine com publicidade), chegamos ao momento da mídia alternativa cada vez mais redundantemente e diferentemente alternativa e surpreendente.

Duas definições bem interessantes que tirei da wikipédia, para essa nova forma, seriam “Mídia alternativa é também caracterizada no âmbito publicitário como um espaço para veiculação de anúncios de publicidade e propaganda em locais inusitados e ou fora do habitual”. Ou “um conceito que abarca uma série de manifestações independentes, de qualquer categoria”. E tem a definição do Cezar Calligari, gerente de projetos da Dentsu Latin America: “Em Marketing e comunicação, guerrilha significa realizar ações fora do comum, agressivas e que muitas vezes beiram o proibido, mas que tem baixo custo e podem causar grande impacto”.

Jean Baudrillard, escritor de A ilusão vital, 2001, disse o seguinte: “Se o Real está desaparecendo, não é por causa da sua ausência – ao contrário, é por que existe realidade demais. Este excesso de realidade provoca o fim da realidade, da mesma forma que o excesso de informação põe um fim na comunicação”. No contexto de sua obra, isso quer dizer que já há tanto anuncio, tanta informação, que o cidadão comum se habitua e fecha sua mente a boa parte do que tenta lhe influenciar. Daí a necessidade tão grande de chamar mais ainda a atenção. Baudrillard não foi o único a notar esse problema da atualidade. Obras de outros comunicadores contemporâneos, como Dietmar Kamer e Norval Baitello Jr. abordam o mesmo tema.

Às vezes, de uma forma mais eficiente que as anteriores, não desmerecendo é claro o papel fundamental destas, esse novo jeito de anunciar vai fixar a marca que se deseja de uma forma absolutamente eficiente na mente do público-alvo. Ele obtém uma experiência indeletável de sua mente. Quer um bom exemplo? Qualquer um dos quatro mil jovens que participou do flash mob, em Londres, promovido por um portal de baladas, vai contar sempre como foi dançar no meio da rua em silencio, ao sim do próprio MP3. Esse tipo de divulgação alternativa com certeza vai influenciar nesse publico em decisões futuras.

Um aspecto muito interessante disso são os custos irrisórios, o aparelhamento técnico mínimo e o alcance fabuloso. E às vezes, as empresas nem precisam ter muito a ver com a forma de divulgação. Ela só estimula ou direciona. Internet, rádios livres, jornais de baixa circulação e fanzines, por exemplo, são ótimas maneiras de conseguir notoriedade de um jeito diferente ou barato. Em se tratando de internet principalmente. Blog's e vídeos caseiros que o digam.

É na internet que quero me concentrar. Veja se tem sistema mais interessante (pode ser que tenha, mas pense na internet). Um vídeo caseiro bem humorado aparece em um site ou blog. Alguém vê, mostra pros amigos da faculdade, que mostram pra outros conhecidos, que mostram pra outros e assim vai. O vídeo faz alusão a alguma marca conhecida. Tudo de forma “escrachada” ou de alguma forma nada relacionada à linha social ou de comunicação da empresa, mas indiscutivelmente evidencia o produto e aumenta a procura.

Imaginou? O nome é Viral, muito prazer. É a tática de guerrilha mais famosa na internet atualmente. Não só na internet, em publicidade desse tipo vale tudo enquanto não se transgride a lei, e aí entra até teatro de rua, dependendo do alcance que se quer. O importante na internet é a disseminação rápida da idéia. Lembrando que não é qualquer ação de internet que pode ser considerada ação de guerrilha.

Os blog's tem sido extremamente importantes na hora de estabelecer um conceito, formar opinião, dar peso para um evento (!). Eles se tornaram o eixo para fomentar um boca a boca eficiente. A Antártica, na hora de inaugurar o Bar da Boa, no Rio de Janeiro, fez questão de chamar um punhado deles. E a Johnnie Walker fez uma festa especialmente para eles na cidade de São Paulo. E saiu nos blog's o comentário que o greenpeace vai viralizar vídeos de protestos na Nicarágua pela internet.

Apesar de ter abordado principalmente internet, ela é apenas uma das novas ferramentas de anunciar de forma surpreendente. Principalmente na cidade de São Paulo, com p projeto cidade limpa, a internet recebeu muito da verba que ia para mídia externa. Mas há um grande mercado de possibilidades sendo descoberto conjuntamente. Existem os folhetos em postes, grafites, eventos diferenciados, os fatos criados especialmente para chamar a atenção dos repórteres.

O desenvolvimento da tecnologia é outro aspecto que vem facilitando e abrindo mais portas para a comunicação. Computadores que emanam cheiros, por exemplo. Os serviços de entrega a domicilio talvez tenham que contratar mais entregadores. Prestar atenção nas novidades tecnológicas pode abrir a mente para novas idéias de “anunciar isso” e “usar isso para evidenciar aquilo outro”.

Lembrando sempre que as novas mídias são interessantes, chocantes, marcantes. Mas não são suficientes para formar um conceito na mente do consumidor. As mídias tradicionais devem ser trabalhadas com base nisso, e essas são para chacoalhar, chamar a atenção. Ela vai além, mas como não tem compromisso com a linha de comunicação e por algumas vezes nem com a técnica e profissionalismo, não é um bom apoio para sustentar uma marca. Precisam de sustentação para o impacto inicial que causam.

Mídia alternativa, quanto mais criativa, é muito melhor. Mas a forma como o consumidor recebe a mensagem, mesmo que de forma pouco ligada a sua linha, deve ser respeitosa. Na hora de planejar um viral, uma manifestação, o publicitário precisa lembrar de chamar a atenção, divertir, sem ser inconveniente. É o melhor que pode acontecer. Para você, para o consumidor, e para seu cliente, é claro.

Terminando com Kamer (1997), o marketing de guerrilha é a resposta a uma crise do olhar. Ou seja, quanto mais cresce a publicidade, mais é necessário aparecer. É uma necessidade do próprio mercado publicitário agir dessa forma agressiva. É o caminho natural de um rio de informação que aumenta seu fluxo a cada minuto.

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