Olá seis leitores do Blog.
Tava rodando atrás de algo interessante sobre mídia digital, por que eu não tenho muito gosto em fazer diário pessoal e achei um trabalho muito interessante, de Patricia Diniz Santos.
Dei uma resumida no texto e to colocando. Quem quiser ler na integra, o link é esse aí:
http://www.uff.br/mestcii/diniz.htm
Mídia digital é democracia?
Resumo por Heloísa Barbosa
Vivemos na sociedade da informação e avanço tecnológico. A Web é uma prova da interatividade que esses meios trazem. Mas a enxurrada de opiniões realmente expressa uma sociedade democrática?
Uma nova tecnologia em comunicação sempre vai alterar a sociedade em seu todo. Essa é a terceira grande transformação da sociedade pela tecnologia. A primeira são as impressoras a vapor e o papel jornal barato. A segunda veio com o rádio e a TV. E agora a armazenagem e difusão de informação. A World Wide Web só levou nove anos para alcançar um incrível número de usuários.
A sociedade da informação valoriza o saber como acesso ao poder. Ou seja, a riqueza está na capacidade de gerar e processar informação. A nova tecnologia levou a rápida transnacionalização e novas relações de trabalho e lazer. E nessa nova ordem, Estados Unidos, a Europa Unificada e o Leste Asiático comandam. Os países periféricos são novamente colonos. Nesses não há autonomia tecnológica ou investimento suficiente. Manuel Castells diz que todas as sociedades estão conectadas globalmente, mas há sociedades majoritariamente conectadas e outras em que somente um pólo dinâmico pertence a essas redes globais.
O Brasil manteve o “status colonial”. A política governamental de diminuição de recursos na área de ciência e tecnologia na universidade pública brasileira piora as coisas. Aqui, 60 milhões de pessoas não estão preparadas para lidar com a automação. O analfabeto digital está fadado à discriminação e excluído da Netrópolis - o espaço desterritorializado com pessoas de todo o mundo.
O computador no mundo produtivo tem o efeito da revolução industrial. Mas essa introduziu o trabalho assalariado, a terceira onda significa o seu fim. A economia pós-moderna diferencia-se da fordista por descartar a padronização e a especialização. O mercado de trabalho enfrenta o "desemprego tecnológico” e o trabalhador futuro é o capaz de aprender todos os dias.
A internet era norte-americana até o boom da WWW na década de 80. No Brasil, em menos de um ano a internet dobrou em número de usuários. A rede transmite informação para número ilimitado de pessoas, por custos baixos, e essa capacidade começa a ser usada na publicidade. A televisão foi alvo de inúmeras críticas e estudos. Agora a internet é o centro da análise. Muitos consideram a web democrática, por trazer informações sem censura. Seria a passagem de uma comunicação massiva a democrática. O sociólogo Pierre Lévy, fala que o “novo espaço do saber” é a chave para profundas mudanças sociais, econômicas e políticas em uma sociedade sem vínculos territoriais ou laços de poder.
Mas antes é preciso superar a dificuldade de acesso. Só 2% da população mundial está conectada à internet. Depois se deve identificar o modo de uso. Há predominância de home pages institucionais com “informação permitida”, e as relações na rede são acusadas de levar à homogeneização das culturas. A rede cria sua lei. Além de dominar códigos e símbolos é preciso superar barreiras na sociabilidade. Que ainda são vinculadas a barreiras geográficas e culturais.
A tecnologia permite divulgar informações na mesma velocidade em que pode espionar as próprias fontes. O Estado e qualquer grupo que tenha em mãos tecnologia adequada pode conseguir informações sobre os cidadãos. É possível juntar informações sobre o meio, freqüência de uso, o destino da mensagem e mesmo o conteúdo. Com a internet 92% dos sites norte-americanos obtém dados de seus visitantes através de “cookies”.E foi divulgado que a National Security Agency dos EUA tem em mãos o sistema Echelon. Tem a finalidade de propor algoritmos quebrar os sistemas criptográficos de outras nações. Ele pode capturar e analisar qualquer chamada telefônica, e-mail ou transmissão de fax e telex em qualquer parte do planeta, não importando o meio de transmissão utilizado. No Brasil, a lei permite que a polícia intercepte ligações telemáticas ou telefônicas com ordem judicial. As reações aqui são tímidas, mas no mundo inteiro campanhas mostram preocupação de como estas informações serão usadas no futuro e em benefício de quem.
A questão da liberdade de expressão na rede esbarra na discussão sobre a necessidade de censura. Alguns sites dão a seus visitantes certificados de segurança. Mesmo assim existe espaço para fraude e racismo e pornográfia. Há certo controle por provedores de acesso, e crime no mundo real passa a ser crime na rede. Como aconteceu com TV, o capitalismo marginaliza os espaços que contrariem as normas comerciais.
Os meios de comunicação de massa são usados no globalitarismo para manter a aparência de democracia. O professor da UFBA Sérgio Mattos revela em seu livro “O Controle dos Meios” os incentivos que o Estado fornece aos meios de comunicação para pressão e controle. “Em 1992, por exemplo, a Rede Globo de Televisão obteve um empréstimo da Caixa Econômica Federal, a juros de 12% ao ano, numa época em que as taxas de juros oscilavam de 25% a 30% ao mês”. A globalização tem como característica a concentração da propriedade, como mega-empresas mundiais dominando a comunicação e organismos internacionais formulando políticas públicas nacionais e internacionais. Com os meios de comunicação subservientes e política de dependência de países nossos competidores, não há mudança. Temos “potencial democrático” através da internet, mas continuamos amarrados na “periferia colonial”.
As novas tecnologias levarão a mudanças onde uma única máquina será capaz de integrar computadores, TV, Cd’s. Mas a comunicação continua massificante no conteúdo. Assim com a televisão caracterizou-se pela velocidade das imagens e textos, a internet caminha para a sobrecarga de informações.
O acesso à informação significa o rompimento do controle dos conglomerados de comunicação e o fim das benesses oferecidas pelos Estados a esses grupos. Seria o fim do monopólio da informação unidirecional dos grupos dominantes para a periferia.
A existência de sociedades democráticas só estará assegurada a partir do surgimento de conquistas coletivas e distribuição igualitária dos conteúdos. A educação ainda é a mola do desenvolvimento. Ao assegurá-la seremos capazes de exigir informação qualificada.
Vivemos na sociedade da informação e avanço tecnológico. A Web é uma prova da interatividade que esses meios trazem. Mas a enxurrada de opiniões realmente expressa uma sociedade democrática?
Uma nova tecnologia em comunicação sempre vai alterar a sociedade em seu todo. Essa é a terceira grande transformação da sociedade pela tecnologia. A primeira são as impressoras a vapor e o papel jornal barato. A segunda veio com o rádio e a TV. E agora a armazenagem e difusão de informação. A World Wide Web só levou nove anos para alcançar um incrível número de usuários.
A sociedade da informação valoriza o saber como acesso ao poder. Ou seja, a riqueza está na capacidade de gerar e processar informação. A nova tecnologia levou a rápida transnacionalização e novas relações de trabalho e lazer. E nessa nova ordem, Estados Unidos, a Europa Unificada e o Leste Asiático comandam. Os países periféricos são novamente colonos. Nesses não há autonomia tecnológica ou investimento suficiente. Manuel Castells diz que todas as sociedades estão conectadas globalmente, mas há sociedades majoritariamente conectadas e outras em que somente um pólo dinâmico pertence a essas redes globais.
O Brasil manteve o “status colonial”. A política governamental de diminuição de recursos na área de ciência e tecnologia na universidade pública brasileira piora as coisas. Aqui, 60 milhões de pessoas não estão preparadas para lidar com a automação. O analfabeto digital está fadado à discriminação e excluído da Netrópolis - o espaço desterritorializado com pessoas de todo o mundo.
O computador no mundo produtivo tem o efeito da revolução industrial. Mas essa introduziu o trabalho assalariado, a terceira onda significa o seu fim. A economia pós-moderna diferencia-se da fordista por descartar a padronização e a especialização. O mercado de trabalho enfrenta o "desemprego tecnológico” e o trabalhador futuro é o capaz de aprender todos os dias.
A internet era norte-americana até o boom da WWW na década de 80. No Brasil, em menos de um ano a internet dobrou em número de usuários. A rede transmite informação para número ilimitado de pessoas, por custos baixos, e essa capacidade começa a ser usada na publicidade. A televisão foi alvo de inúmeras críticas e estudos. Agora a internet é o centro da análise. Muitos consideram a web democrática, por trazer informações sem censura. Seria a passagem de uma comunicação massiva a democrática. O sociólogo Pierre Lévy, fala que o “novo espaço do saber” é a chave para profundas mudanças sociais, econômicas e políticas em uma sociedade sem vínculos territoriais ou laços de poder.
Mas antes é preciso superar a dificuldade de acesso. Só 2% da população mundial está conectada à internet. Depois se deve identificar o modo de uso. Há predominância de home pages institucionais com “informação permitida”, e as relações na rede são acusadas de levar à homogeneização das culturas. A rede cria sua lei. Além de dominar códigos e símbolos é preciso superar barreiras na sociabilidade. Que ainda são vinculadas a barreiras geográficas e culturais.
A tecnologia permite divulgar informações na mesma velocidade em que pode espionar as próprias fontes. O Estado e qualquer grupo que tenha em mãos tecnologia adequada pode conseguir informações sobre os cidadãos. É possível juntar informações sobre o meio, freqüência de uso, o destino da mensagem e mesmo o conteúdo. Com a internet 92% dos sites norte-americanos obtém dados de seus visitantes através de “cookies”.E foi divulgado que a National Security Agency dos EUA tem em mãos o sistema Echelon. Tem a finalidade de propor algoritmos quebrar os sistemas criptográficos de outras nações. Ele pode capturar e analisar qualquer chamada telefônica, e-mail ou transmissão de fax e telex em qualquer parte do planeta, não importando o meio de transmissão utilizado. No Brasil, a lei permite que a polícia intercepte ligações telemáticas ou telefônicas com ordem judicial. As reações aqui são tímidas, mas no mundo inteiro campanhas mostram preocupação de como estas informações serão usadas no futuro e em benefício de quem.
A questão da liberdade de expressão na rede esbarra na discussão sobre a necessidade de censura. Alguns sites dão a seus visitantes certificados de segurança. Mesmo assim existe espaço para fraude e racismo e pornográfia. Há certo controle por provedores de acesso, e crime no mundo real passa a ser crime na rede. Como aconteceu com TV, o capitalismo marginaliza os espaços que contrariem as normas comerciais.
Os meios de comunicação de massa são usados no globalitarismo para manter a aparência de democracia. O professor da UFBA Sérgio Mattos revela em seu livro “O Controle dos Meios” os incentivos que o Estado fornece aos meios de comunicação para pressão e controle. “Em 1992, por exemplo, a Rede Globo de Televisão obteve um empréstimo da Caixa Econômica Federal, a juros de 12% ao ano, numa época em que as taxas de juros oscilavam de 25% a 30% ao mês”. A globalização tem como característica a concentração da propriedade, como mega-empresas mundiais dominando a comunicação e organismos internacionais formulando políticas públicas nacionais e internacionais. Com os meios de comunicação subservientes e política de dependência de países nossos competidores, não há mudança. Temos “potencial democrático” através da internet, mas continuamos amarrados na “periferia colonial”.
As novas tecnologias levarão a mudanças onde uma única máquina será capaz de integrar computadores, TV, Cd’s. Mas a comunicação continua massificante no conteúdo. Assim com a televisão caracterizou-se pela velocidade das imagens e textos, a internet caminha para a sobrecarga de informações.
O acesso à informação significa o rompimento do controle dos conglomerados de comunicação e o fim das benesses oferecidas pelos Estados a esses grupos. Seria o fim do monopólio da informação unidirecional dos grupos dominantes para a periferia.
A existência de sociedades democráticas só estará assegurada a partir do surgimento de conquistas coletivas e distribuição igualitária dos conteúdos. A educação ainda é a mola do desenvolvimento. Ao assegurá-la seremos capazes de exigir informação qualificada.
Um comentário:
O que adianta incluir toda a informação no meio mais rápido e barato se as pessoas não sabem usar?
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